Não sou poeta, escritora ou estudiosa da língua e da literatura. Não sou adulta, não tenho experiência de vida (talvez alguma) e meu futuro é um livro que apenas eu posso escrever. Teoricamente, para os "cabeças de bagre", não tenho nada a oferecer, porém, não me calo. As palavras se formam em tinta e gritam o que sou obrigada a guardar. E talvez seja esse meu maior defeito.
Em menos de 24 horas, senti extremo desapontamento com a capacidade das pessoas de levarem suas vidas com tranquilidade quando seus sentimentos são regidos por aparências e convenções e fui ao paraíso por me certificar da existência de seres especiais que nos inspiram a fazer a diferença e a sentir que o amor surge verdadeiramente em simples circunstâncias.
Anjos na vida. Jovens artistas donos de grande sensibilidade. Pessoas que ainda guardam em seus corações o poder da alegria. Sim, caro leitor, é para essas pessoas que hoje escrevo em agradecimento por terem almas claras. Há também a tentativa de mostrar aos abutres que idade, experiência, escolaridade e salário no bolso não fazem seres humanos, mas isso fica para o segundo plano.
Enquanto os bagres perdem seus minutos no orgulho das águas que viram passar debaixo da ponte, alguns cantantes dão lição do que realmente devemos carregar no abundante líquido vermelho.
Obrigada, queridos Parafônicos, por me darem a tranquilidade da esperança.
Ana Everywhere
quarta-feira, 9 de maio de 2012
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Acordes de um capítulo
![]() |
Teatro Municipal de Nova Friburgo (agradecimentos ao Connan) |
Eis que ontem, num belo dia de fevereiro, algumas pessoas lindas e amadas estiveram comentando o porquê de se estudar música, a importância da música e tudo mais. Como boa curiosa que sou, pensei em procurar entender, em mim mesma, a razão de minha paixão por essa arte. Não é fácil entender a Primeira Guerra Mundial sem seus antecedentes, como não é fácil entender meus fortes sentimentos pela música sem pensar no que me levou até ela.
Entrei na aulinha de violão lá pros meus 10 anos (não aprendi muita coisa, pois logo parei) e isso serviu para que eu conseguisse me incluir quando entrei em uma nova escola. Os tempos não foram fáceis por lá. Se o que fizeram comigo naqueles dias fosse nos tempos de hoje, todo mundo chamaria de bullying e digamos que passar por isso me trouxe um bloqueio um tanto quanto grande.
Em uma de minhas andanças da vida, conheci um senhor que muito admiro e que anda por aí tocando samba. Foi uma das coisas mais importantes que me aconteceram e não posso falar de minha relação com a música sem falar sobre ele. Vendo que eu gostava bastante de um violão, esse senhor me levou para aprender esse instrumento, novamente, onde, por fim, consegui aprender alguma coisa.
O tempo passou e percebi que queria mais: queria aprender a cantar. Comecei as aulas e, aos poucos, meu professor foi me ajudando a romper com os bloqueios causados por antecedentes. O clima mudou, o planeta também, e eu precisei mudar. Passei por um momento turbulento, mas tinha toda uma estrutura, o coral, dentre outras coisas, para me apoiar.
Com a ajuda de alguns anjos que apareceram pelo caminho, a música agiu em mim como um bálsamo, um livro, uma vitamina. Aprendi (e aprendo), me libertei, amadureci. Hoje, vejo que amo a música pelo que ela me faz por dentro, pela força que me dá para acreditar em mim mesma, pois é ela que, no fundo, me faz ver quem eu sou e me dá impulso para voar voos mais altos.
Quando somos crianças perguntam o que queremos ser quando crescer e respondemos “bailarina, bombeiro, super-herói”. Um dia desses me fizeram essa pergunta. Ainda que não soubesse responder o que a pessoa queria saber, disse a mais pura verdade: quero ser feliz. E sei que a música sempre me trará felicidade, ainda que esteja escrito que ela é apenas um hobbie.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Comendo o Irish Breakfast
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Chegada
A viagem foi super tranquila. O voo atrasou um pouco no Brasil, mas consegui chegar a tempo em Madrid para pegar o aviao para a Irlanda. Picture no aeroporto logo nos primeiros minutos em Dublin. Enjoy it. =D
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Sobre as despedidas
Atrevo-me a falar das despedidas. Refiro-me ao último dia de aulas ou ao ensaio do coral, ao abraço nas tias corujas e carinhosas e ao "eu te amo" para a avó. Algumas despedidas são leves como a brisa, outras difíceis de suportar. Há aquelas que ocorrem de forma especial, com um monte de gente linda cantando uma música que marca sua história e chorando rosa ou aquelas em que sua melhor amiga fala "eu não quero fazer isso".
Dizer "até logo" e viver as últimas coisas antes da revolução da sua vida pode significar muita coisa. Sua mãe diz que vai emagrecer porque não vai ter companhia para testar alquimias culinárias; seu irmão fala "graças a Deus", mas você sabe que isso foi só por questão de estilo porque ele é ateu e vai morrer de saudades; seu pai até merece um parágrafo especial, mas o assunto pode se resumir no fato de que ele vai te abraçar e chorar como faz no fim dos filmes de romance. Seu namorado te surpreende com seu filme favorito, as trufas que você ama e uma sobremesa irresistível. O último beijo é desajeitado, no portão do prédio, com uma mistura de sentimentos.
O último muitas coisas, o começo do novo. Os sonhos me esperam, as despedidas ficarão para trás. No momento em que o avião furar o céu, portas da minha vida se fecharão, simbolizando o término de um ciclo, e outras se abrirão junto com o amanhecer.
Dizer "até logo" e viver as últimas coisas antes da revolução da sua vida pode significar muita coisa. Sua mãe diz que vai emagrecer porque não vai ter companhia para testar alquimias culinárias; seu irmão fala "graças a Deus", mas você sabe que isso foi só por questão de estilo porque ele é ateu e vai morrer de saudades; seu pai até merece um parágrafo especial, mas o assunto pode se resumir no fato de que ele vai te abraçar e chorar como faz no fim dos filmes de romance. Seu namorado te surpreende com seu filme favorito, as trufas que você ama e uma sobremesa irresistível. O último beijo é desajeitado, no portão do prédio, com uma mistura de sentimentos.
O último muitas coisas, o começo do novo. Os sonhos me esperam, as despedidas ficarão para trás. No momento em que o avião furar o céu, portas da minha vida se fecharão, simbolizando o término de um ciclo, e outras se abrirão junto com o amanhecer.
Assinar:
Postagens (Atom)